o brbaro e o bardo
odo brbaro que se preze mais cedo ou mais tarde acaba encontrando um bardo pelo caminho. Afinal, feitos hericos precisam ser cantados pelo mundo e ningum melhor para isso que aqueles protonerds de violinha na mo.
Conan, o mais famoso dos brbaros, criao literria de Robert E. Howard levada para os quadrinhos por Roy Thomas e Barry Smith, era arisco demais para andar por a acompanhado de um bardo. Mas numa de suas aventuras mais famosas acabou encontrando com um, Laza Lanthi, numa taverna barulhenta. Claro que houve uma briga (sempre h uma briga quando Conan est por perto) e a dupla foi parar na priso. Felizmente, o bardo tinha uma faca escondida e graas a ela conseguiram escapar, deixando um rastro de sangue. Eles viajam juntos para a terra natal de Laza, onde h um monstro nojento a ser combatido. No final, o prprio bardo d cabo da criatura, somente para descobrir que era filho dela. A me do rapaz, agora viva do monstrengo, se suicida. Laza Lanthi, inconsolvel, tambm se mata. Nlson Rodrigues no faria melhor.
Outro brbaro que tem suas aventuras contadas por um artista das letras Sline. A srie The Horned God (que no Brasil virou O Deus Guerreiro j que os editores acharam que O Deus de Chifres poderia ser mal interpretado), fortemente ancorada na mitologia celta, escrita por Pat Mills e ilustrada por Simon Bisley, traz tambm um narrador-artista. Aqui no o tradicional bardo de violinha na mo, mas um velho escriba. "E sou eu quem deve contar isso, pois s eu posso. Eu, Ukko, o ano, seu amigo e companheiro durante os anos que vagou pela terra dos jovens e, mais tarde, tornou-se o parasita real quando Sline foi eleito rei da tribo." Este papel duplo de personagem e posteriormente de narrador coloca Ukko numa posio divertida, j que tenta camuflar com alguma glria seus atos condenveis do passado.
Groo, um brbaro que nasceu como verso humorstica do clebre Conan, sempre teve seu bardo particular, um personagem sem nome que todos chamam de Menestrel. Criados por Sergio Aragons e Mark Evanier, Groo e o Menestrel tm uma relao curiosa, j que o bardo no s narra as aventuras do brbaro mas tambm participa delas muitas vezes. Este bardo-narrador s fala em rimas e possui um alade estranhssimo, com um enfeite que muda em cada quadrinho. Quando Groo passou a ser publicado pela editora Marvel, foi feita uma pgina introdutria na qual aparecia o prprio Aragons passando a palavra ao Menestrel: "Nossa aventura tem incio com um menestrel nmade. Assim como eu, ele um contador de histrias. Prestem ateno... e aprendam com suas sbias palavras!"
Em verso ou em prosa, armados de penas ou alades, os bardos podem no ser os protagonistas mas garantem que as aventuras dos guerreiros se perpetuem atravs de suas narrativas. At porque dificilmente um brbaro como Conan, Groo ou Sline teria habilidade suficiente com as palavras para fazer um servio decente.